2 de junho de 2006

A malta da gadanha da morte

A malta da gadanha da morte, que ordenou o abate clandestino de 26 majestosas e jovens árvores na Rua de Santo António, não merece perdão nem descanso. Não foi a primeira vez que agiu deste modo. Não será a última. E a situação é tanto mais grave quanto é certo que não está sozinha nesta saga malfazeja. O silêncio mórbido da sociedade civil é inquietante como é inquietante a tibieza de posições e opiniões que os partidos da oposição revelaram, calados pela expectativa de meia dúzia de votos que os comerciantes e os moradores daquela rua significam, ou podem significar.

Com maior dignidade se portaram as Tílias da Praça 9 de Abril que perante o abate das suas vizinhas – primeiro aquelas outras que estavam junto à Igreja Matriz e agora estas da Rua de Santo António – deram mostras de quererem suicidar-se. É vê-las, já sem folhas à espera do LENHADOR.

Será possível que as pessoas não queiram ver aquilo que até as árvores do lado viram?

Será possível que no fim desta chacina a ideia que perdura é a de que foi um erro ter-se procedido ao plantio daquela espécie de árvores naquela rua?

Será que não sabem que as árvores daquela rua também se podiam podar?

Será que não sabem que esta espécie de árvores é mais facilmente confinável a espaços pequenos do que os plátanos, por exemplo?

Será que não sabem que o Bairro de Salamanca – um dos bairros mais atraentes de Madrid – tem as suas estreitas ruas totalmente ornadas com os tais plátanos?

Será que não sabem nada de nada?

Não me conformo.

Rubim Santos