JV Terrenos PPP
Há cerca de três anos a coligação PSD/CDS
iniciou publicamente um processo destinado a constituir uma denominada
“parceria público-privada” cujo principal objetivo consistia na construção de
um novo estádio, derrubando o atual Estádio Municipal e utilizando os terrenos sobrantes
para a promoção imobiliária.
O Partido Socialista (PS) nunca concordou nem
com a constituição da “PPP” nem com o seu objetivo principal. Na altura
própria, votou contra a aprovação da proposta apresentada pela coligação. Esta
incluía a decisão de comprar os terrenos para a construção do novo estádio. Terrenos
que afinal ficarão muito caros ao Município…
Aprovada a proposta pela coligação, como
sempre acontece, foi dada sequência à já preparada compra dos terrenos, que
tinham como único objetivo, repete-se, a construção do novo estádio.
Foi celebrado o contrato promessa. Hoje
sabemos que a Câmara não pagou o que prometeu pagar. Melhor, não cumpriu com as
suas obrigações.
A proprietária – certamente depois de insistências
e interpelações admonitórias junto da Câmara, sem sucesso – teve de recorrer à
via judicial para obrigar o Município a cumprir o contratado!
Conclusão evidente: a “transação” hoje
proposta é uma tentativa de acordo tardio, forçado pela iminência de uma
sentença judicial desfavorável, para resolver o incumprimento da Câmara!
A dívida da Câmara ao promitente vendedor é
de cerca de 2 milhões de euros e a solução encontrada passa pela entrega de um
lote na urbanização de Sinçães, propriedade do Município, “avaliado” em
990.000€, e de mais 850.000€ em dinheiro, a pagar até ao próximo dia 31 de
Dezembro.
(E ainda se atrevem a afirmar, que o
“Governo do PS” na Câmara Municipal foi “um desastre”! Afinal, só este pequeno
lote, do tempo desse “Governo”, vale quase um milhão de euros…).
Nada consta sobre
quem fez e como foi feita a “avaliação” do referido lote.
Resumindo, a coligação comprou um terreno
por cerca de 2 milhões de euros sem ter a certeza de que seria necessário (e
não foi!); apesar de ser “um bom negócio”, nunca o pagou nos prazos em que se
comprometeu pagar; a proprietária teve de recorrer à via judicial para obrigar
a Câmara a cumprir; a coligação quer agora celebrar acordo (será sempre um mau acordo…
porque feito sob coação) para evitar sentença judicial condenatória.
Enfim, gozando de “grande saúde
financeira” e perante um “bom negócio”, a Câmara teve de ser interpelada pelos
tribunais para pagar o que deve, dois anos depois do prazo a que se tinha
comprometido!
Não pagou porque o terreno não era preciso
para nada! Terá tentado, talvez, libertar-se do “bom negócio”, do compromisso
assumido, mas não conseguiu. Isto é, todos vamos ter de pagar cerca de 2
milhões de euros para reparar a imprudência da coligação!
Esta trapalhada, mais esta, poderia ter
sido evitada. Em devido tempo
denunciamos o descalabro financeiro que a coligação queria assumir e que
resultaria – a concretizar-se a “PPP” – num insuportável compromisso por 25 anos,
com encargos mensais superiores a 500 mil euros (sem contar com os custos da
manutenção/exploração dos equipamentos a construir).
Não podemos concordar com esta proposta,
pois destina-se a pagar, tarde e sob ameaça, o que sempre afirmamos e avisamos que
não deveria ter sido comprado - e que se revelou, como agora se revela, não ser
necessário!
É mais um grande encargo que os
Famalicenses terão de pagar e suportar, numa altura de grandes sacrifícios,
pagando erros alheios cometidos mesmo sob aviso prévio.
Eis mais um bom
exemplo da “rigorosa gestão” da coligação PSD/CDS!
Vila Nova de
Famalicão, 14 de Novembro de 2012.
Etiquetas: cidade desportiva, endividamento, estádio, finanças, gestão, investimento, rigor, transparência
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