20 de novembro de 2012

JV - Grandes Opções do Plano e Orçamento 2013


Antecipando o ano eleitoral e a despedida, a coligação preparou para 2013 uma única grande opção do Plano: viação rural! É assim, fechando como abriu: muito alcatrão novo, pintadinho, para transmitir uma ideia de desenvolvimento que não existe e à custa de sacar o bolso dos Famalicenses até ao último centavo.

O esforço financeiro exigido aos Famalicenses neste Orçamento é superior em cerca de 10%, comparado com 2012. E em 2012 já tinha sido superior em 5% comparado com 2011.

Nestes doze anos da coligação PSD/CDS os Famalicenses viram os seus pagamentos à Câmara Municipal aumentarem 60%!

Numa altura em que os rendimentos das famílias e das empresas descem abruptamente[1], a coligação insiste em pedir ainda mais dinheiro aos munícipes! Só esta razão, só esta opção por sacrificar mais em vez de aliviar mais, seria suficiente para votarmos contra a aprovação destas “Grandes Opções”.

Mas acresce que este desumano esforço financeiro é pedido não para financiar uma política de desenvolvimento mas antes para financiar uma política eleitoralista!

É esta a conclusão que se pode retirar do documento hoje em apreciação. É certo que 2103 é um ano de despedida, pelo que ninguém se atreveria a pedir para 2013 o que não foi feito em 12 anos: uma política de fomento da atividade económica, uma política solidária, uma política de desenvolvimento estruturado, sustentável, que assegurasse bem-estar para a comunidade famalicense, para além dos fugazes momentos de espetáculo e de promessas inconsequentes. Seria pedir demais, bem sabemos.

Mas, infelizmente, não há senão uma grande opção – a caça ao voto. E para isso, quando há pouca imaginação, utiliza-se a receita do costume, mesmo em caminhos ou estradas que não conheceram ainda infraestruturas de abastecimento de água ou de saneamento. Quem vier a seguir que parta o alcatrão e que instale as condutas.

 
 
Em 2013 os Famalicenses serão chamados a pagar mais 3,2 milhões de euros à Câmara Municipal. E, números redondos, este aumento é resultado de um aumento de impostos de 4 milhões de euros e de uma redução das vendas de água de cerca de 800.000€! Isto é, as famílias e as empresas fazem um grande esforço para pouparem nos consumos de água mas a coligação compensa-as, e de que maneira, cobrando ainda mais impostos!

O maior aumento de impostos de sempre, no ano de maiores dificuldades para os Famalicenses!

Esta é a verdadeira medida da “política social” da coligação! Proclamam uma “Câmara solidária”, publicitam “preocupação social”, celebram subsídios de poucos milhares de euros para alguns casais com dificuldades e, por outro lado, exigem mais 4 milhões de euros de impostos!

 

(clique na imagem para ampliar)

O gráfico seguinte é eloquente quanto ao destino do esforço financeiro exigido aos Famalicenses:

 

 

De resto, o Orçamento (que já não é “o maior de sempre”…) repete o costume: “venda de bens de investimento” sobrevalorizada e “activos financeiros” inchados para dar volume.

Seria, portanto, uma banalidade, não fosse a orientação, agravada para 2013, de cobrar ainda mais para pavimentar caminhos e fazer arranjos de adros de igrejas.

Uma verdadeira política de desenvolvimento! [2]

 

 
Mas, como temos sucessivamente denunciado, esta é uma orientação que tem vindo a ser “consolidada” ao longo dos 12 anos da coligação PSD/CDS.

Na hora da despedida é mais fácil ter uma visão alargada do que se passou ao longo dos últimos 12 anos na gestão dos dinheiros públicos municipais. E nada melhor do que três gráficos[3] que são mais eloquentes do que muitas páginas de texto:
 

 
 
 
 
 

 



 
As imagens, mais do que as palavras, explicam o nosso voto contra a aprovação das “Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2013.

É hora de despedida. Ainda bem.

 

Vila Nova de Famalicão, 20 de Novembro de 2012.

 



[1] “Taxa de desemprego em recorde absoluto”; “Número de trabalhadores com salários em atraso aumentou para mais do dobro”, noticiam hoje os jornais.
[2] O “Plano de Plurianual de Investimentos” não merece mais do que esta nota de rodapé: o verdadeiro “plano” está denunciado, o resto é para pagar/acabar o que está em curso. 
[3] A informação subjacente a estes gráficos foi retirada exclusivamente dos sucessivos Orçamentos, de 2002 a 2013.

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