Prestação de contas 2012 - JV
O
“Relatório de Gestão 2012 e Documentos de Prestação de Contas”, hoje em
apreciação e votação, vem confirmar tudo o que dissemos na nossa Justificação
de Voto a propósito do Orçamento para 2012. Nada de novo, portanto: aumento das
receitas correntes, indo ainda mais fundo no bolso dos Famalicenses, aumento
das despesas correntes, investimento estagnado e orientado quase exclusivamente
para os centros escolares e Parque da Cidade.
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As
receitas correntes aumentaram 7% face ao ano anterior e revelaram-se superiores
em 10% ao valor previsto no Orçamento para 2012. Para estes aumentos
contribuíram especialmente os Impostos Diretos: a cobrança do Imposto Municipal
sobre Imóveis (IMI) foi superior em 9% face a 2011 e o produto da Derrama aumentou
73%! (valor anormal, que só pode ser justificado por acertos de cobranças tardias
ou não transferidas em anos anteriores). Uma diminuição do Imposto Municipal
sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT) em cerca de 22% parcialmente
compensada pelo aumento de 14% do Imposto Único de Circulação, confirmam o que
todos sabemos: a atividade económica está parada (por isso não há transações
para pagamento de IMT) mas quem tem alguma coisa (um apartamento, um carro)
está sob massacre fiscal permanente – perseguido pelo Governo do País e pelo Governo
do Município, ambos comungando a mesma filosofia e a mesma estratégia.
As
receitas de capital estão estagnadas. Sem imaginação nem vontade (afinal, estão
de saída), a coligação PSD/CDS continua a confirmar nas contas finais como eram
previsíveis os erros do orçamento.
Não há, realmente, Venda de Bens de Investimento e, de resto, vai-se jogando
com os Ativos Financeiros para compor os números.
As
despesas correntes continuam a aumentar. Apesar de aparentemente terem baixado
3%, de facto aumentaram – e muito. A redução das despesas com o pessoal (em
consequência do não pagamento de 2 subsídios em 2012) mascara o aumento das
Aquisições de Bens e Serviços Correntes que continuam imunes à crise e a qualquer
plano de reduções de custos. Os Famalicenses continuam a pagar luxos mesmo
quando não os podem suportar.
O
investimento continua estagnado. O seu valor aumentou cerca de 3 milhões de
euros, em ano de Parque da Cidade e de conclusão do programa nacional de
reabilitação de escolas e construção de centros escolares! Estes investimentos
representaram mais de metade do investimento do Município em 2012. Concluídos
estes projetos, voltaremos aos arranjos de adros de igreja, repavimentações e
pinturas de estradas e caminhos.
O
investimento realizado em 2012 nas redes de saneamento foi de 440 mil euros!
Nas redes de distribuição de água foi de 80 mil euros! (Lembramos que a
coligação prometeu cobrir todo o concelho de redes de água e saneamento em dois
mandatos…).
Felizmente
estamos em 2013 – e 2013 é ano de mudança!
Também
por isso, é importante registar algumas linhas do que foi a política da
coligação PSD/CDS ao longo destes últimos 11 anos (sim, porque o 12º ainda
decorre e revelará mais surpresas negativas).
Para
além do que já escrevemos noutras justificações de voto, é necessário notarmos
o seguinte:
- Entre 2001 e 2012 o valor
cobrado pelo Município com Impostos Diretos aumentou 100%!
- O valor das Vendas de Bens e
Prestação de Serviços de Correntes aumentou cerca de 260%! Esta rúbrica
regista sobretudo as receitas com a “fatura da água”. Por isso, os que
ainda acreditam na propaganda municipal serão tentados a pensar que tal se
deve “à expansão das redes de água e saneamento”. Mas o quadro seguinte
esclarece a razão do aumento:
EVOLUÇÃO
DO VALOR DA FATURA MENSAL
|
|||
água, saneamento e resíduos
sólidos
|
|||
consumo
|
fatura mensal (total)
|
aumento
|
|
m³
|
2001
|
2012
|
%
|
5
|
8,31 €
|
25,38 €
|
206%
|
10
|
12,20 €
|
39,05 €
|
220%
|
15
|
19,75 €
|
44,68 €
|
126%
|
20
|
27,31 €
|
50,32 €
|
84%
|
Como sabemos, a maioria dos
consumidores consome até 10 m3 de água (viram a sua fatura aumentar
para mais do triplo!), pelo que o aumento do valor das Vendas é, sobretudo,
explicado pelo aumento das tarifas.
- No mesmo período (2001-2012)
as receitas totais do Município aumentaram 70%.
- Mas as transferências de
capital (os subsídios que o Município atribui às associações e Juntas de
Freguesia para ajudar a fazerem face aos seus investimentos) aumentaram
somente 8%.
- As Aquisições de Bens e
Serviços (despesas correntes da Câmara) aumentaram 109%.
- Mas o investimento da Câmara
(Aquisições de Bens de Capital) aumentou 16%!
- Em 2001 os Famalicenses
pagaram à Câmara (de impostos, taxas e tarifas) 21 milhões de euros; em
2012 pagaram 44 milhões de euros!
(clique na imagem para aumentar)
Mais uma vez, os documentos de prestação de contas revelam a verdade, contra a propaganda.
Mais uma vez, os documentos de prestação de contas revelam a verdade, contra a propaganda.
Crise?
Qual crise? Enquanto os Famalicenses sofrem com o flagelo do desemprego (o
maior de sempre, um dos maiores da Europa), a redução dos seus salários, o
aumento brutal de todo o tipo de impostos, a coligação cobra-lhes cada vez mais
para gastar no supérfluo.
Quem
vota a favor desta política?
Nós
não. Votamos contra, como, estamos certos, votará a maioria dos Famalicenses.
Vila
Nova de Famalicão, 26 de Março de 2013
Etiquetas: conta de gerência, gestão, impostos, investimento, jv
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