Coutada de caça à multa - JV

A proposta de "concessão de serviço de fiscalização electrónica de velocidade", que mereceu a reprovação dos Vereadores do Partido Socialista, pode ser analisada de modo diverso relativamente a dois aspectos distintos da mesma: a concessão a particulares do serviço de fiscalização, por um lado, e a necessidade dessa mesma fiscalização e o método proposto para a efectuar, por outro. Embora em graus distintos ambos os aspectos mereceram reparo por parte dos Vereadores do Partido Social, apesar de não porem em causa a necessidade do controlo de velocidade, principalmente em algumas vias onde o problema dos excessos se coloca com mais acuidade.

Os Vereadores do Partido Socialista estão claramente contra a concessão a privados da fiscalização de velocidade. A proposta em apreço visa criar uma espécie de "coutada privada de caça à multa", com tudo o que de negativo acarreta a instauração de tal medida.

Também não aceitam, sem mais, a instalação de um sistema de fiscalização electrónica de velocidade concessionada a particulares sem que previamente se encetem outras medidas como, aliás, chegaram a ser anunciadas com pompa e circunstância. Por certo também esta nova medida seguirá o caminho das outras, votadas que estão ao esquecimento.

Mas a não ser assim, então impunha-se que previamente fossem testadas outras soluções mais eficazes, mais económicas e menos gravosas para os famalicenses.

A actual maioria já teve mais de 7 anos para investir na prevenção e segurança rodoviárias e nada fez. Teve mais de 7 anos para requalificar as avenidas onde agora se propõe intervir e nem um projecto apresentou! Agora, à boca das urnas, apresenta esta proposta, sempre fácil, de concessionar o serviço de fiscalização, para poder continuar a deixar ficar tudo na mesma.

Procura esconder o seu próprio imobilismo com o controlo de velocidade dos outros.

Assim, embora corroborando alguns dos considerandos que a proposta contém, os Vereadores do Partido Socialista viram-se forçados a votar contra a mesma.