30 de dezembro de 2006

Palavras para quê?

E quem reclamou ainda foi ameaçado de "levar no focinho"!!..

"A Inspecção-Geral de Administração do Território (IGAT) considera que o licenciamento, pela Câmara de Famalicão, da construção de um edifício com três pisos na freguesia de Cavalões violou algumas das normas do plano director municipal. E, por isso, propôs que o relatório que efectuou sobre a matéria fosse remetido ao Ministério Público junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga para ser declarada a "nulidade" de diversos actos administrativos, nomeadamente o despacho de licenciamento que arranca em 2003, e ordenada a consequente demolição do imóvel.
A IGAT não pede, porém, a aplicação da sanção tutelar de perda de mandato do presidente da câmara, Armindo Costa, e do vereador do Urbanismo, Jorge Paulo Oliveira. A inspecção considera que os dois autarcas, da maioria PSD-CDS que governa a Câmara de Famalicão, tomaram as decisões sustentados em pareceres técnicos e jurídicos, não tendo "recolhidos indícios suficientes que permitam a integração do elemento "culpa"".
(...)
Para a Inspecção-Geral da Administração do Território, o tribunal deve declarar nulos o despacho de licenciamento e os actos subsequentes (alterações e aditamentos ao licenciamento), assim como condenar o presidente da câmara, Armindo Costa," à reconstituição da situação anterior à prática do acto", ou seja, conclui o munícipe queixoso, que seja demolida "a construção edificada".

"Público", 30/12/2006
(ACT)

22 de dezembro de 2006

"Face ao que tem acontecido"

De acordo com o "Opinião Pública" de hoje, as concelhias do PSD e do CDS promoveram uma conferência de imprensa na passada quarta-feira. O "assunto central do encontro com os jornalistas era reagir à tomada de posição do líder concelhio socialista, Nuno Sá, ao caso 'Operação Furacão' que coloca o edil famalicense (Armindo Costa) sob suspeita de fraude e evasão fiscais".

O motivo da conferência de imprensa era, portanto, o de "reagir".


No aconchego da proximidade do Natal e na azáfama da troca de votos de Boas Festas, as concelhias do PSD e do CDS não tinham encontrado outro assunto que justificasse a sua reunião para falar, em côro, aos jornalistas!

Não existisse PS e, bem analisada a conjuntura, não haveria assunto! Porque o assunto do momento é, sem dúvida, o PS!

Habituado a fazer "alta" política e a distribuir lições de ética (como se viu ainda recentemente com o caso PJRibeirão/PSD/Jorge Carvalho), o "líder" da concelhia social-democrata não resistiu ao espírito natalício e teve a superior bondade de dar um conselho ao líder do PS: que desista de fazer "política baixa"!

Para terminar da maneira habitual, o "líder" social-democrata "abriu caminho a uma recandidatura" de Armindo Costa, mas desta vez com uma justificação actualizada, óbvia e à altura dos pergaminhos da casa: "se no passado o arquitecto já tinha razões para continuar disponível para este projecto (...) hoje, face ao que tem acontecido, são maiores os argumentos para que reconheçamos que (...) continue a servir os interesses de Famalicão"!

Se o ridículo pagasse imposto...

Gescão

A Assembleia Municipal aprovará (talvez) hoje dois "investimentos": um de 5.000€ para "conservação do canil municipal provisório"; o outro, de 15.000€, para "construção do canil municipal definitivo". Ambos para 2007!

21 de dezembro de 2006

Aumentos II

Aumentos da "factura mensal da água" desde 2002, para um munícipe com um consumo mensal de 20 m3 de água:

Em 2002: 9%
Em 2003: 10%
Em 2004: 7%
Em 2005: 00% (zero por cento)
Em 2006: 6%
Em 2007: 12%

Em resumo: desde 2002, a factura aumentou 52%!

Aumentos I

Aumentos da "factura mensal da água" desde 2002, para um munícipe com um consumo mensal de 5 m3 de água (pequeno consumidor):

Em 2002: 22%
Em 2003: 8%
Em 2004: 13%
Em 2005: 00% (zero por cento)
Em 2006: 7%
Em 2007: 13%

Em resumo: desde 2002, a factura aumentou 81%!

Retirar as devidas ilações

Calma, o assunto é outro...

20 de dezembro de 2006

Aumento das tarifas (água e resíduos sólidos) - JV

De novo, a Câmara Municipal é confrontada com propostas de aumento das tarifas da água, das águas residuais e dos resíduos sólidos.

Desta vez, o conjunto dos aumentos de cada tipo de tarifas resultará, na sua soma global, num aumento da “factura mensal da água” de 13% para “pequenos consumos” (até 5 m3 de consumo mensal) e de 12% para consumos superiores.

Os vereadores do PS têm insistido todos os anos, sem sucesso, contra os aumentos galopantes destas tarifas e para a absoluta ausência de sensibilidade social da coligação na gestão do tarifário, para além da descarada política eleitoralista que está por detrás da forma como tem sido tratado um assunto tão sensível para a esmagadora maioria dos Famalicenses.

Os aumentos impostos pela coligação têm sido realmente galopantes. A comparação do tarifário em vigor em Janeiro de 2002 com o tarifário agora proposto para 2007 esclarece a dimensão dos aumentos:

Mas esclarece mais, pois demonstra que a gestão do tarifário não revela qualquer sensibilidade social nem ambiental: os maiores aumentos são impostos aos menores consumidores (grupo no qual se incluem os consumidores de menores recursos económicos), sacrificando mais quem menos pode pagar.

Por outro lado, as propostas em apreciação confirmam, novamente, que a coligação gere o tarifário de acordo com o calendário eleitoral: grandes aumentos no início do mandato, nenhum aumento no ano eleitoral. Foi assim no mandato anterior (em 2005 não houve aumentos, pois claro, depois de entre 2002 e 2004 a “factura mensal da água” ter aumentado na ordem dos 40%...), vai ser assim no actual mandato.

Cumprindo este ritual abusivo, repetimos, a “factura mensal” vai aumentar 12% em 2007 (13% para consumidores de até 5 m3 de água)!

Redução de custos? Nem uma palavra. Redução das perdas de água? Não é preocupação. Aumentam os custos? Não há problema, aumentam-se as tarifas!

A coligação, que prometeu trazer um estilo “empresarial” à gestão do Município, rapidamente se rendeu aquilo que por aí mais critica. Faz com os munícipes consumidores aquilo que nenhuma empresa pode fazer com os seus clientes: aumentar o preço do produto como, quando e quanto lhe apetecer. E sem dar explicações convincentes – o que aliás não poderia fazer, porque não há explicações convincentes para os sacrifícios que estão a impor aos Famalicenses.

Os vereadores do PS não podem concordar com esta política nem com a dimensão destes aumentos.

Quem pode suportar aumentos desta grandeza? E para que servirão, senão para pagar ineficiências?

Obviamente, votamos contra a aprovação destas propostas.

19 de dezembro de 2006

Cirúrgica

"Nas últimas três semanas, procuradores e elementos dos dois órgãos de polícia criminal percorreram o país de norte a sul, divididos em equipas que foram apreender documentação específica nas empresas e firmas alvo de busca. Em muitas situações, anunciavam os arquivos que queriam consultar e a própria identidade do gestor ou funcionário que com eles estava relacionado".
"A pesquisa quase cirúrgica nas empresas resultou da análise e tratamento da documentação apreendida na primeira fase da operação, que visou quatro instituições bancárias".
No "Público", hoje.

Accionista de referência

"Não tenho a ver, nos últimos anos, com a empresa, portanto, sobre as buscas na ACO não tenho nada a dizer".
Armindo Costa, no JN de hoje.

18 de dezembro de 2006

Registo

De acordo com o que pôde ser lido nos jornais (nomeadamente, aqui e aqui), Armindo Costa remeteu à imprensa uma nota sobre a investigação “por fraude” a que, segundo o JN, está a ser sujeito.
Do que lemos, ficamos a saber que:
1. Desde que é presidente “deixou de exercer cargos de qualquer natureza”, salvo os decorrentes “da sua condição de presidente”;
2. Parece entender estar a ser discriminado, porque não viu referidos
“os nomes dos accionistas de referência” de outras empresas alegadamente investigadas no âmbito da “Operação Furacão”;
3. Ficou surpreendido por
“aparecer associado a uma empresa que, de facto, não dirijo” e a uma “Câmara Municipal que nada tem a ver com assunto em apreço”;
4. Sempre pautou a vida
“pelos princípios da idoneidade, transparência e rigor” e que “como não devo, também não temo”.

16 de dezembro de 2006

Operação Furacão

15 de dezembro de 2006

Interesses e vaidades

"O problema é que o PSD, hoje, não é um partido: é um conjunto desordenado de interesses e de vaidades que finge umas ideias e revela uma pobreza medonha".
Constança Cunha e Sá, no "Público"

7 de dezembro de 2006

Mais números

Transferências (verbas livres) para as 49 freguesias do concelho:

2002.............................. 2 030 107€
2003.............................. 2 030 107€
2004.............................. 2 030 107€
2005.............................. 2 030 107€
2006.............................. 2 030 107€
2007.............................. 2 030 107€

Em seis anos, crescimento zero. E ainda se queixam das transferências do Orçamento de Estado!

Números

Comparação: Orçamentos para 2002 e 2007

_______________________________2002_____________2007___

Despesas correntes..................33 552 243€...........44 126 105€

Despesas de capital..................38 274 654€...........28 240 547€

De quem?!

"De referir o peso maior das despesas correntes face às de investimento.
Uma questão que para o presidente, Armindo Costa, não é um problema, pois entende que 'é já um indicador seguro do aumento da qualidade de vida'".
"OP", hoje

Pois, pois...

"É mentira que o comportamento do presidente da Junta de Ribeirão tenha sido uma atitude concertada com a Comissão Política do PSD".
Paulo Cunha, "CH"

Pois, pois, pois...

"Sempre apoiamos os nossos autarcas, todos. E revemo-nos na actuação de todos os autarcas. São autarcas modelo e temos o prazer de poder contar com eles".
Paulo Cunha, segundo o "CH" de hoje

Importa-se de repetir?!

"Os objectivos foram integralmente cumpridos".
Leonel Rocha, ao "OP" de hoje

Presidente, não vereador

"Assim, Armindo, depois de ter começado, no mandato anterior, o seu exercício quase sem pelouros, é agora um dos membros do executivo com maior número de pastas. Tem a Economia, a Acção Social, a Administração e as Finanças, mas tem ainda o sempre trabalhoso pelouro do Urbanismo e agora o das Freguesias".
"OP", hoje.

6 de dezembro de 2006

Pois não...

"Por outro lado sinto-me aliviado, porque naquela Câmara as coisas não estão lá muito bem".
Jorge Carvalho, ao "PF"

Lume brando

"Esta teia estava a ser urdida há seis ou sete meses".
Jorge Carvalho, ao "O Povo Famalicense"

4 de dezembro de 2006

Esclarecimento

Apesar das declarações do Presidente da Câmara largamente difundidas na imprensa a propósito do falecimento de Mário Cesariny, o Plano de Actividades e Orçamento para 2007 (que também é Plano Plurianual) não dedica uma linha, não compromete um único euro, ao Centro de Estudos do Surrealismo!

Grandes Opções do Plano e Orçamento 2007 (JV)

Com a surpreendente declaração de que a “nova Lei das Finanças Locais pode constituir uma oportunidade para uma mudança de paradigma do Poder Local” e de que “representa um desafio”, a coligação, no entanto, preparou as “Grande Opções do Plano e Orçamento para 2007” (PAO2007) como se o seu único desafio fosse o de se manter equilibrada até 2009.

Na declaração de voto relativa ao PAO2006 escrevemos: “O PAO2006 é uma revisão das edições anteriores, actualizando valores monetários mas não actualizando a substância”. Hoje, até esta expressão é difícil de repetir, como veremos, na apreciação dos documentos previsionais para 2007.

A falta de criatividade, a falta de ambição que trespassa todo o PAO2007 é confrangedora: não há obras novas, não há políticas novas, não há novos desafios. Tudo igual, tudo pobrezinho, tudo adiado, como se gerir o Município já fosse uma maçada!

O PLANO DE ACTIVIDADES

O Plano de Actividades para 2007 é uma mera relação de (pequenas) obras avulsas, sem qualquer sentido estratégico comum. Fica marcado, novamente, pela revisão das datas previstas para o início de várias obras, em consequência de sucessivos adiamentos que reflectem a já conhecida falta de capacidade de realização da coligação: o Parque da Cidade, a nova zona desportiva, os acessos à EB2,3 de Calendário (desde 2002…), a passagem inferior em Sto. Adrião, a ecopista, o edifício do antigo Colégio Camilo, etc, etc..

Mas, a “piscina coberta do Louro” tornou a desaparecer…. E com ela os pavilhões gimnodesportivos de Cavalões, Fradelos e Nine. E desaparecem também vários polivalentes desportivos…

Quanto a obras de viação rural, nem vale a pena referi-las – são tantas!

O Centro de Estudos do Surrealismo nem aparece no Plano! Nem uma linha, nem um euro!

O Plano de Actividades, como se vê, é um documento sem qualquer credibilidade e é um insulto às populações das freguesias do concelho que, ano após ano, são enganadas com promessas “escritas” de obras que nunca mais se realizam. E é um insulto a muitos Presidentes de Juntas de Freguesia do concelho, com quem se brinca descaradamente, pondo e tirando obras ao sabor das estratégias do momento.

Mas, finalmente, aí está a reversão da estratégia de dotação de obras com um euro (ou com cem euros). Depois do escândalo que constituiu a utilização desse expediente no PAO2006, é natural. Mas o escândalo adivinhava-se e os avisos foram suficientes. A imprudente insistência da coligação num procedimento eticamente condenável e ilegal não poderia terminar doutra forma que não fosse o arrepio envergonhado.


O ORÇAMENTO[1]

Para além das obras, o Orçamento para 2007 é também uma prova de que o nosso concelho, pelas mãos da coligação, está a andar para trás há cinco anos e vai continuar: o valor global do Orçamento para 2007 é semelhante ao valor do orçamento para 2002. O Orçamento para 2002 rondava os 72 milhões de euros, o Orçamento para 2007 ronda os 72 milhões de euros!

As transferências do Orçamento do Estado para o Município em 2007 serão superiores às de 2006 em 2,3%, contrariando as previsões (infundadas, como está definitivamente provado) da coligação.

Apesar do total do orçamento ser inferior ao de 2006, as despesas correntes aumentam cerca de 7%. Em consequência, as despesas de capital diminuem cerca de 11%.

Desde que tomou posse a coligação aumentou as Despesas com o Pessoal em cerca de 45%[2].

As Despesas com o Pessoal representavam em 2002 cerca de 17% do total das despesas. Em 2007 representarão 25%.

As “Aquisições de Bens e Serviços” aumentam cerca de 6% em relação a 2006 e os encargos com juros de empréstimos aumentam cerca de 40%.

As Juntas de Freguesia vão receber menos em 2007!

Incapaz de reduzir as despesas correntes (pelo contrário, aumentando-as), a coligação conduziu as finanças municipais a um abismo: as despesas de capital têm de ser cada vez menores!

As dotações para Investimento em 2007 representam uma redução de cerca de 50% relativamente ás dotações que foram definidas para 2002.

A diferença entre as Aquisições de Bens de Capital e o valor previsto para a Venda de Bens de Investimento é de 6,8 M€! Isto é, o investimento liquido que a coligação se propõe realizar em 2007 é inferior a 10% do valor do Orçamento!

No Orçamento para 2006, a coligação tinha inscrito o menor valor desde que ascendeu ao governo do Município para Despesas de Capital. O recorde acaba de ser de novo batido, com uma diminuição, ainda, de 11% relativamente a 2006!

Claro, as despesas correntes previstas para 2007 são as maiores de sempre!

O gráfico seguinte esclarece o movimento e a tendência das despesas de investimento desde que a coligação chegou ao poder:

CONCLUSÃO

Ao longo dos últimos anos, os vereadores do Partido Socialista têm denunciado a má gestão financeira do Município, insistentemente. Os números são eloquentes e as conclusões neles fundamentadas não deixam margem para contestação.

O Município, em termos financeiros, caminha para o precipício. Os recursos para afectar ao investimento são cada vez menores e, por isso, a coligação já teve de enveredar pela venda de património municipal.

Em anos anteriores, na hora da votação dos PAO’s, explicadas as discordâncias, os vereadores do PS optaram pela abstenção: “a coligação ganhou as eleições e, por isso, tem toda a legitimidade para aplicar o seu programa – a avaliação faz-se no fim, na apreciação das Contas de Gerência”.

No entanto, o programa que a coligação prometeu aos Famalicenses foi o de reduzir as despesas correntes e de aumentar o investimento.

Está comprovado que tem vindo a fazer exactamente o contrário.

Está demonstrado que, inequivocamente, pretende continuar esta política no próximo ano, delapidando recursos que a todos pertencem em despesas supérfluas, em foguetes e propaganda.

Por isso, é altura de manifestar, para além da nossa discordância, também o nosso protesto.

Para que não haja dúvidas, pelas razões sucintamente explicadas, votamos contra as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2007.


[1] Nota prévia: a exemplo do que fizemos na apreciação do PAO2006, todas as nossas apreciações foram feitas retirando da receita e da despesa 10 M€ relativos a “operações financeiras”. A coligação não percebeu que o procedimento (o empolamento) adoptado com os “Activos Financeiros” se tornaria numa “droga” da qual não se vai curar…

[2] Comparação das dotações do Orçamento para 2002 com as dotações do Orçamento para 2007.

3 de dezembro de 2006

Vizinhos

O Fórum concedeu-nos um link.
Obrigado.

Bom regresso!