28 de março de 2007

Relatório de Gestão 2006 (JV)

Um vereador da coligação declarou recentemente que no início do actual mandato notou “uma alarmante falta de entusiasmo, desinteresse”.

O “Relatório de Gestão 2006 e Documentos de Prestação de Contas” (RG2006) em apreciação, é a melhor confirmação de que “o projecto” da coligação PSD/CDS se esgotou, como aliás temos repetidamente afirmado. E que, dramaticamente, se confirma que o desenvolvimento do nosso concelho está gravemente afectado pela falta de iniciativa, pela incapacidade da gestão da coligação. E certamente também pela “alarmante falta de entusiasmo”.

Se outros números não houvesse – mas há! – bastaria referir que em 2006 a coligação geriu mais de 60 milhões de euros (M€) mas que não conseguiu realizar investimento de mais do que 9,5 M€!

O valor global das receitas e despesas de 2006 é inferior ao realizado em 2005.

RECEITAS

Correntes

A realização das receitas correntes correspondeu, grosso modo, às expectativas. Embora se registe uma pequena diminuição (sobretudo se comparada com a realização de 2005), não foi por falta de receitas correntes que a coligação deixou de cumprir o que tinha prometido.

De capital

A apreciação das receitas de capital revela um facto confrangedor: a coligação não consegue realizar receita de capital que se veja. As receitas de capital de 2006 foram as mais baixas de sempre e dos cerca de 15 M€ arrecadados, 14 M€ são relativos às transferências do Orçamento de Estado e à contracção de empréstimos.

Depois de nos anos anteriores se terem vindo a bater, sucessivamente, recordes de má realização das receitas de capital, 2006 torna-se a expressão máxima da incapacidade revelada pela coligação. Basta referir que estava previsto realizar cerca de 9 M€ com Venda de Bens de Investimento e que se realizaram 474 mil euros, isto é, pouco mais de 5%!

A execução global das receitas de capital é inferior a 57%: as transferências de capital realizadas correspondem a cerca de 60% das previstas mas os empréstimos contraídos atingiram um valor 7 vezes superior ao inicialmente previsto. Não fosse o recurso ao crédito e, então, este tipo de receitas teria conhecido uma execução ainda mais ridícula.

DESPESAS

Correntes

Em 2006 as despesas correntes efectuadas não ultrapassaram o valor previsto!

É um facto positivo que se deve, no essencial, à redução das Aquisições de Bens e Serviços e das Transferências Correntes e à ressaca do ano eleitoral de 2005.

Oxalá a tendência se mantenha (afinal, sempre é possível reduzir as despesas correntes, mesmo apesar do aumento dos combustíveis…).

A coligação defendia os sucessivos aumentos das despesas correntes com a “melhor qualidade de vida dos famalicenses” mas, certamente, não foi por esta redução tão necessária que se notou diminuição da qualidade de vida.

De capital

A concretização das despesas de capital ficou, como habitualmente, muito longe do previsto.

E, o que é pior, representaram menos de 15% das receitas totais, uma percentagem de que não há registo semelhante na história recente do Município. Aliás, representa menos de metade da percentagem registada em 2001.

E, o que é sintomático das prioridades da coligação, também o investimento directo promovido pela Câmara não chegou a metade do previsto – e a previsão da coligação para 2006 já era a mais baixa de sempre.

O Orçamento para 2006 previa uma despesa com investimento directo municipal de pouco mais de 20 M€ (desde 2002 andava perto dos 30 M€). Mas apesar da pequenina ambição de investir, o investimento real não chegou a metade do programado: menos de 10 M€ realizados, no que foi a mais baixa concretização desde, pelo menos, 2001.


Refira-se por fim que o investimento directo realizado pela coligação CDS/PP em 2006 é, sensivelmente, metade do realizado em 2001!

PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS (PPI2006)

É evidente que o PPP2006 não teve realização significativa. Nem seria preciso recorrer aos documentos de prestação de contas, pois basta circular pelo concelho para concluir que o desenvolvimento da nossa terra está parado, o que significa que estamos a ser ultrapassados por concelhos vizinhos mais dinâmicos.

De resto, valerá a pena voltar a referir a ciclovia, o Parque da Cidade, o parque de estacionamento da Praça D. Maria, a nova zona desportiva, o pavilhão multiusos, a piscina do Louro, o edifício de habitações para a comunidade cigana, a requalificação da zona da estação dos caminhos de ferro (e o parque de estacionamento…), para citar só algumas das poucas promessas que se arrastam nos sucessivos PPI’s?

CONCLUSÃO

Com um volume de receita em 2006 semelhante ao de 2005, por que razão foram tão diferentes estes dois últimos anos?

A resposta é simples: 2005 era ano eleitoral e 2006 não. Em 2005 gastou-se o que não havia; em 2006 pagou-se o que se devia.

A situação financeira do Município continua complicada, pelo que a estratégia de comunicação da coligação inverteu-se: no primeiro mandato, a obra do governo era “obra nossa”; no segundo, sem projectos apresentados em devido tempo, a coligação confronta-se com poucas obras do governo pelo que a culpa… é do governo. A coligação está cá para inaugurar as obras dos outros e para realizar as ideias que outros deixaram para realizar.

Produção própria: quase nada.

Este RG2006 é a prova eloquente de que a coligação PSD/CDS não tem capacidade reivindicativa do governo central, não é capaz de ser criativa e de propor e realizar projectos e obras que promovam o desenvolvimento do nosso concelho.

Não nos conformamos com este desinteresse, com esta incapacidade, com este desprezo pelo progresso, tudo em nome de uma política fácil de fanfarra, de foguetes e de ilusões.

O RG2006 é a “factura” que esta política emite. Vamos pagá-la, como todos os famalicenses, mas não sem um voto claro de reprovação.


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26 de março de 2007

Investimento municipal - Cinco anos depois

Investimento directo municipal:

2001 - 17.449.901 €
2002 - 14.800.059 €
2003 - 14.552.798 €
2004 - 15.083.527 €
2005 - 16.495.167 €
2006 - 9.538.755 €

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25 de março de 2007

Grande Entrevista III - Novos protagonistas

"Mas, como disse, os principais responsáveis por toda esta trapaça foram Paulo Cunha e o genro do presidente".
JC ao "O Liberal"

Grande Entrevista II - Uma nova forma de fazer política

"Esse apoio, dos presidentes de junta à minha pessoa, não foi maior porque foram mandados recados do senhor presidente da câmara a alguns ameaçando-os que se assinassem o documento de apoio a Jorge Carvalho, haveria retaliações da câmara para as respectivas freguesias."
JC ao "O Liberal"

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Grande Entrevista I - A situação financeira

"Quando estávamos a preparar o Plano e Orçamento para 2007 começam as discussões comigo e com o senhor presidente. Começou a dizer que a Câmara tinha de ter juízo (?), que tinha de haver restrições quanto a despesas, quer de investimento quer correntes, porque a situação financeira da edilidade não era muito boa".
Jorge Carvalho ao "O Liberal" (23/03/2007)

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19 de março de 2007

"Cães de fila"

Como se não chegasse o arrastado mas divertido espectáculo que tem sido a “vida interna” do PSD, o CDS/PP jeune et chic não quis ficar atrás e fez o costume: pôs-se em bicos de pés.

O resultado está à vista: peixeirada de alto nível, o que aliás só surpreende quem não os conhece!

E depois comentam, com sobranceria, a vida dos outros e dão conselhos.

São uns pândegos…

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15 de março de 2007

Outra vez

O FAMAFEST está de regresso e o seu director também. A apresentação pública do Festival foi idêntica à do ano passado, o modelo e a programação seguem a mesma linha e as declarações do seu director repetem o que foi afirmado há um ano.

Há quem recuse a mudança e há quem fique satisfeito quando nada muda.

Estão bem juntos, sozinhos.

2 de março de 2007

Erros...

Na última reunião da Câmara Municipal, o vereador do Desporto apresentou uma proposta (“Férias Desportivas e Recreativas da Páscoa”) que envolvia encargos com a realização de actividades desportivas, transportes, etc.. O respectivo cabimento orçamental foi dado através de contas da Divisão de Habitação!...

Seria o erro involuntário?

A insistência do vereador a tentar justificar o injustificável (mal acompanhado por outros colegas da maioria) deixou claro que não se tratava de um erro involuntário. Tendo-lhe sido sugerido que a classificação fosse corrigida, recusou, preferindo retirar a proposta, que não foi votada.

Depois do exótico cabimento orçamental dos subsídios às Juntas de Freguesia, este é o segundo caso, em duas reuniões sucessivas, de “erros” contabilísticos.

Com a sua conhecida inabilidade para gerir situações imprevistas, a coligação transformou o que parecia ser um erro de classificação contabilística na evidência de um preocupante sinal político.

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1 de março de 2007

Pormenores

"Acrescenta o autarca responsável pela dinamização dos centos urbanos que a argumentação do PS é um 'disparate' porque se concentra em aspectos de pormenor contabilísticos, 'numa altura em que os fundos comunitários não abundam e vêm para Famalicão algumas dezenas de milhares de euros a fundo perdido'".
"Cidade Hoje", de hoje

A franqueza com que reconheceu tratar-se de fundos perdidos , justifica que lhe desculpemos a ignorância sobre o que são "aspectos de pormenor contabilísticos".
Está desculpado.

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Gestão

Lembra-se disto?

O "Público" de hoje informa:

"A Câmara do Porto anunciou ontem, em comunicado, que o custo da água irá, este ano, manter-se face aos valores praticados em 2006. 'O preço da água na cidade do Porto não vai sofrer qualquer aumento em 2007, nem sequer o correspondente à inflação', pode ler-se no documento enviado às redacções. Este chama ainda a atenção para o facto de os portuenses nem sequer suportarem, em 2007, os normais aumentos de custos, em pessoal, energia e outros, que a empresa Águas do Porto, presidida por Álvaro Castelo-Branco, terá de suportar.
Este aumento de custos, refere o comunicado, irá ser compensado com 'o aumento da produtividade da empresa'. Factor que se prevê suficiente para passar de uma situação de prejuízo, em 2006, para uma 'sustentabilidade económico-financeira, com lucros moderados, já em 2007'. Na base deste aumento de produtividade estão 'a redução das perdas de água e a melhor organização dos serviços'".

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