26 de fevereiro de 2007

E alguém a conhece?

O orçamento da Unidade de Gestão do Centro Urbano para 2007 foi dado a conhecer na passada quarta-feira: um total de 95.586,94€ de "investimento".

O "investimento" está assim repartido: remunerações 67.016,94€ (70,1%); iniciativas diversas 28.570,00€ (29,9%)!


Isto é que é "investir"...

Etiquetas:

Ainda mais?!

O Famafest está de volta. A coligação aprovou um subsídio de 70.000 € para a edição 2007 do Festival, que tem um programa idêntico ao do ano passado. E do ano anterior. E do ano anterior. E do ano anterior.

São 10.000 € (dois mil contos!) por dia para passar uns filmes que ninguém verá (as receitas de bilheteira previstas são de 500€) e para homenagear quem estiver disponível.

Para fazer melhor, diz a coligação, é preciso gastar (ainda) mais!

Etiquetas:

Penoso

Cada reunião da Assembleia Municipal é, agora, um testemunho vivo do desencanto dos deputados municipais da coligação.

Desde há, pelo menos, três ou quatro reuniões que é impossível não reparar na falta de convicção e de empenho dos deputados para defenderem a “sua” Câmara.

Sexta-feira passada foi visível o desconforto com que acederam à insistência do Presidente da Câmara em aprovar uma proposta de legalidade mais do que duvidosa (skiparque).

Etiquetas: ,

22 de fevereiro de 2007

Encher

A relevância da actividade municipal é tão grande que a informação do Presidente da Câmara à Assembleia Municipal até inclui a programação da Casa das Artes (Dezembro, Janeiro e Fevereiro)!

7 de fevereiro de 2007

Processo de Cavalões (JV)

Os Vereadores do Partido Socialista abstiveram-se de votar a proposta de emissão de decisão definitiva de declaração de nulidade dos despachos que consubstanciam o licenciamento do edifício sito na Rua Dr. Luís de Andrade, freguesia de Cavalões, requerido pela Sociedade Imobiliária C.M.C.J.C., Lda. — Proc. Nº 5152/03, essencialmente por não lhes ter sido entregue atempadamente o Relatório da IGAT, pese embora o mesmo ter sido anteriormente solicitado por mais do que uma vez.

Efectivamente a proposta em análise surge na sequência da acção inspectiva da IGAT e, mesmo assim, só após emissão do seu relatório final.

Nestas circunstâncias, é fundamental o conhecimento do relatório da IGAT para apreciar e decidir acerca da conformidade da proposta em análise com o teor de tal relatório. Não lhes tendo sido facultado atempadamente o teor de tal relatório ficou prejudicada qualquer apreciação séria da proposta submetida a votação.

Face aos antecedentes do processo de licenciamento em análise, nenhuma informação, nenhum parecer técnico, nenhum parecer jurídico tranquiliza — ou pode tranquilizar — quem é chamado a votar a proposta em causa.

O Processo objecto da presente proposta é simultaneamente exemplo de eficácia e de ineficácia. Exemplo de eficácia quando, destinado ao licenciamento da obra, num só dia é objecto de uma informação técnica, de um parecer do superior hierárquico daquele que subscreveu a informação técnica e de um despacho do Senhor Vereador do Pelouro do Urbanismo; exemplo de ineficácia porque decorreram mais de dois anos entre a decisão (datada de Abril de 2004) que declarou nulos os anteriores despachos de licenciamento da obra e a proposta de deliberação a tornar definitiva tal decisão. Apesar das reclamações apresentadas, do alarde social acerca da obra, da acção inspectiva e dos processos judiciais que, a propósito do mesmo assunto, já se encontram a decorrer…

Mas o identificado processo para licenciamento de obras também é exemplo das distorções a que tem sido sujeito o Plano Director Municipal de V.N. de Famalicão. No caso em apreço, e citando apenas a proposta em análise, verifica-se a violação dos artigos 17º, 21º e 56º do RPDM. Pelo menos!

Claro está que a conduta da Câmara Municipal acarretará para o Município não só danos ambientais e urbanísticos mas também prejuízos económicos que a seu tempo serão liquidados por quem de direito.

O Processo é, ainda, um exemplo acabado do sofrimento que um cidadão pode ser vítima às mãos de uma administração com claro défice democrático e sem noção das suas obrigações.

Subsídios às Juntas de Freguesia (JV)

A proposta do Presidente da Câmara de atribuição de apoio financeiro (de subsídios, nas suas palavras) a três Juntas de Freguesia, com a justificação que foi apresentada, é uma iniciativa reprovável com a qual não podemos, evidentemente, concordar.

Os pedidos das Juntas de Freguesia estão fundamentados em dificuldades financeiras, supostamente criadas pela realização de algumas obras: em Ribeirão, pavimentações de ruas (que se encontravam em “estado degradado”); em Oliveira Sta. Maria, idem (sem referência ao seu estado mas, num caso, “para desobstruir o trânsito em dias de jogos e treinos, no Estádio de Futebol”); em Avidos, por ter sido acabada uma obra “cujo o montante atribuído foi manifestamente insuficiente para a obra na sua totalidade”.

Na exposição dos motivos da proposta conclui-se que “face às solicitações, de auxílio financeiro, por parte de algumas Juntas de Freguesia (…) e a análise cuidada e respectiva avaliação das situações, assente, essencialmente, na relevância, das mesmas, para os cidadãos, no facto de serem inadiáveis e em questões de cariz técnico” se devem atribuir os subsídios pedidos.

A proposta é a concretização de uma ameaça que pairava “por aí”: a de que a mudança de vereador do pelouro das Freguesias iria acentuar ainda mais a discriminação que a coligação faz entre as 49 freguesias do concelho. E parece ter enquadramento nas afirmações do anterior vereador do pelouro de que havia freguesias que faziam obras e mandavam a conta à Câmara…

Os vereadores do PS vêm demonstrando, desde há mais de três anos, que a coligação PSD/CDS discrimina as freguesias de acordo com a sua conveniência política e estratégia eleitoral. Mas, até aqui, essa discriminação só era publicamente conhecida através da celebração de protocolos para a realização de obras: havia muitos para umas freguesias, nada, ou quase nada, para outras.

Com esta proposta, a coligação inaugura um novo procedimento discriminatório, mais descarado e ainda mais injusto.

Nenhuma das obras realizadas era inadiável. Nenhuma era particularmente urgente – e se o fosse, e a Câmara assim o reconhecesse, logo na altura poderiam ter merecido apoio financeiro, com a respectiva inscrição no Plano de Actividades e dotação no Orçamento. Portanto, foram realizadas por livre arbítrio das respectivas Juntas. Certamente, todas as restantes 46 freguesias do concelho teriam (e têm) obras que gostariam de ter realizado, provavelmente mais urgentes, provavelmente com ainda “maior relevância” para os cidadãos, mas que não realizaram por não terem os meios financeiros necessários.

Trata-se de indisciplina financeira das Juntas de Freguesia em questão, comportamento que acaba por ser premiado com estes subsídios.

A atribuição destes subsídios é um sinal errado dado às Juntas de Freguesia do concelho que percebem que a indisciplina financeira poderá valerá a pena.

É um prémio à falta de rigor e ao desrespeito pelo Plano de Actividades da Câmara.

É mais um acto discriminatório da coligação, porque este procedimento não será certamente alargado às restantes freguesias do concelho.

Tratando-se de uma proposta do Presidente da Câmara, é a confirmação de que a discriminação é uma política da coligação e não de um vereador (aliás, não deixa de ser curioso como os pedidos dos subsídios foram feitos, todos, alguns dias após a mudança de vereador do pelouro!).

Finalmente, os subsídios hoje atribuídos não têm cabimento orçamental. As obras não constam do Plano de Actividades da Câmara para 2007. Estamos, portanto, perante uma decisão ilegal que só encontrou cabimento (?) numa rubrica orçamental inadequada.

Depois disto, ainda haverá quem se disponha a falar em “política de rigor”?!