30 de abril de 2008

CESPU - interesse público municipal (JV)

O investimento que a CESPU-Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, CRL se propõe realizar no Município de Vila Nova de Famalicão é motivo de orgulho e satisfação para os Vereadores do Partido Socialista, que se congratulam com a iniciativa daquela vetusta instituição. É, pois, de interesse público municipal a instalação de um edifício multifuncional na vertente da saúde em V.N. de Famalicão.

Porém, uma vez mais o Presidente da Câmara Municipal propõe-nos o abalroamento de áreas protegidas pelo PDM como Espaço de Verde Urbano e Reserva Ecológica Nacional sem curar de saber da existência de alternativas válidas para implantar e desenvolver os projectos que são apresentados à apreciação da Câmara Municipal.

A invocação de que a REN em Vila Nova de Famalicão não se encontra em vigor não pode ser usado ao sabor de conveniências; deve ser aplicado sempre o mesmo critério, independentemente de quem requer licença de construção e das circunstâncias em que a requer.

Por fim, a habitual inoperância da Câmara Municipal levará, por certo, a que o empreendimento em aprovação venha a entrar em funcionamento sem estar dotado de acessibilidades capazes e adequadas.

Em tais circunstâncias os Vereadores do Partido Socialista não podiam votar favoravelmente esta proposta, pese embora o manifesto interesse público do empreendimento.

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7 de abril de 2008

Conta de Gerência 2007 (JV)

O Relatório de Gestão e Documentos de Prestação de Contas relativo a 2007 (CG2007) que apreciamos hoje é, no essencial, mais um elemento valioso de confirmação da política da coligação: pouca ambição, pouca execução.

Há um ano atrás, perante a CG2006, um elemento da coligação, embaraçado com os fraquíssimos resultados da gestão de 2006 prometia em surdina que 2007 seria muito melhor. Enganou-se.

Ano após ano, as contas de gerência teimam em retratar a realidade, cada vez mais indesmentível: para além da propaganda, da música e dos foguetes, os números, sem emoção nem admiração, revelam que a coligação “do rigor”, da “eficácia”, da “gestão dinâmica” não tem capacidade para mais do que um desempenho medíocre.

A coligação continua a sacrificar o presente e o futuro dos Famalicenses.

O ORÇAMENTO

Realmente, os Famalicenses continuam a ser sacrificados no presente.

Apesar das dificuldades da conjuntura económica, apesar do elevado número de desempregados que existem no concelho, apesar dos exigentes desafios a que as empresas famalicenses têm de procurar responder, a coligação cobrou dos bolsos dos munícipes, em 2007, mais cerca de 5 milhões de euros do que em 2006. A contribuição dos Famalicenses para o orçamento municipal aumentou, num só ano, 16%!

E estes sacrifícios foram exigidos em nome de quê? Do investimento, para financiar projectos estruturantes, para lançar obras que promovam o nosso desenvolvimento? Não! O investimento continua estagnado num nível baixíssimo; as despesas correntes continuam a aumentar.

A receita total aumentou cerca de 7,5 M€ relativamente a 2006. O investimento aumentou 0,5 M€. Isto é, só 7% do dinheiro que a coligação recebeu a mais (relativamente ao ano anterior) foi canalizado para investimento…

A receita corrente cobrada foi ligeiramente superior à orçamentada, como é habitual.

A receita de capital cobrada, também como é normal, foi somente cerca de 55% da prevista. Aqui sim, o empolamento é óbvio, como temos sistematicamente denunciado.

As Vendas de Bens de Investimento previstas no Orçamento para 2007 eram de 15,4 M€; as vendas reais foram de 433 mil euros – um erro de 95%!

A receita corrente cobrada aumentou cerca de 16% relativamente a 2006, à custa dos sacrifícios a que já fizemos referência, mas a receita de capital foi inferior à de 2006[1] – cerca de 75% daquela! Como se não bastasse a ineficácia do passado…

Do lado da despesa, a situação é idêntica: eficácia a gastar no corrente (90% do orçamentado e mais 5% do que em 2006); fracasso nas despesas de capital.

Em 2001, as despesas correntes foram de 27,2 M€; em 2007 atingiram 40,1 M€!

Destas, as Aquisições de Bens e Serviços Correntes somaram em 2001 cerca de 10,6 M€; em 2007 atingiram 17 M€, isto é mais 60%!

As despesas de capital foram inferiores[2] às realizadas em 2006 (menos 6,3%) e não representam mais de 60% das despesas orçamentadas!

A coligação geriu no ano passado 70 M€; destes somente 10,1 M€ foram canalizados para investimento municipal, isto é 14%!

Apesar do orçamento de investimento para 2007 ser ridiculamente pequeno, a coligação só consegui executar 59,9%.

No entanto, a execução das despesas correntes foi de 90%... É “Famalicão em acção”!..

O PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS (PPI)

Tirando duas ou três obras com alguma dimensão (o Pavilhão de Vermoim, a Piscina de Ribeirão), o PPI, como sabemos, é de arranjos. Por isso, não pode haver entusiasmo a aprecia-lo.

Mas ficamos mais tranquilos quando verificamos que, estando previsto gastar 251.000 € com a “nova zona desportiva da cidade”, afinal, apesar do barulho, só se gastaram 18.150 €. Ainda bem.

Para a manutenção e valorização do estádio municipal foi inscrita uma verba de 26.700 €. Foram gastos 851,25 €. A degradação continua.

A empreitada de construção dos acessos à EB 2,3 de Calendário, lá continua a zeros.

O Cine-Teatro de Riba de Ave tinha uma dotação de 100.000 €. Gastou-se zero.

Mas há obras que continuam a ser o símbolo da coligação: notamos que não se gastou nada, apesar dos 5.000 € previstos, na “conservação do canil municipal provisório”. Nem se gastou nada, apesar dos 15.000 € previstos, na “construção do canil municipal definitivo”! Até os cães sofrem…

O Arquivo Municipal continua na gaveta.

Na ecopista, apesar de muita propaganda, zero!

A revitalização do Largo de Camilo, em Seide, tinha 50.000 €. Gastou-se zero.

O eterno Parque da Cidade (ou Parque da Devesa), continua eternamente adiado: com uma dotação de 750.000 €, ficou em … zero.

Estava previsto gastar-se 600.000 € na Urbanização das Bétulas. Gastou-se 21.719,50 €.

Para urbanizar a Quinta do Rebordelo, em Ruivães, estavam previstos 750.000 €. Zero.

Para a cartografia digitalizada estavam previstos 77.500,00 €. Zero.

Gastaram-se 5.586,00 € no antigo Colégio Camilo mas ficou digno de ser visto…

O Centro de Estudos do Surrealismo tinha uma dotação de 70.000 €. Gastou-se zero.

Sem investimento e com o contínuo desbaratar de recursos em despesas supérfluas, os Famalicenses continuarão a ser sacrificados no futuro.

CONCLUSÃO

Sem capacidade reivindicativa junto do Governo Central, a quem tem sido incapaz de apresentar projectos mobilizadores, sem capacidade criativa e sem uma ideia sobre o desenvolvimento do concelho, a coligação continua a desbaratar um orçamento de 70 milhões de euros em festas, propaganda, arranjos e pavimentações.

O retrato desta política é eloquente:

O PPI, com uma execução financeira de 59,87% no ano de 2007 e uma execução financeira global de 55,62%, define bem o slogan desta coligação: sem ambição a projectar, sem competência para executar.

Um executivo que em 2007 não investe mais do que 58% do valor investido em 2001, merece ver as suas contas reprovadas e merece ir para a rua por incompetência.


[1] Retirando os “Activos Financeiros” que, como é costume, só servem para empolar os números.

[2] Sem os “Activos Financeiros”

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Trajectos

5 de abril de 2008

Foi você que pediu a coligação?!

Brilhante: o investimento directo da Câmara durante o ano de 2007 representou pouco mais de metade (58%) do que foi realizado em 2001 pela Câmara socialista!

Em 2001, a Câmara PS realizou 17,5 milhões de euros de investimentos; em 2007, a coligação PSD/CDS não conseguiu mais do que 10,1 milhões de euros!

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