30 de novembro de 2011

Plano actividades e orçamento 2012 - JV


Num momento particularmente difícil da nossa vida colectiva, num momento em que os portugueses são chamados a grandes sacrifícios, a apreciação do documento “Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2012” não pode deixar de ser muito crítica e só pode ter como consequência o nosso voto contra a aprovação deste documento.

Não por método, não por sermos da oposição, mas por genuína convicção de que a política que o documento traduz não é a melhor política para o momento que vivemos e, portanto, não é a melhor política para os Famalicenses.

Este é um momento de solidariedade, de valorização especial dos parcos recursos disponíveis. É um momento de novas opções, que têm de privilegiar o fundamental: as pessoas, a defesa de um padrão de vida que assegure o essencial para todos.

O mundo mudou e as prioridades mudaram também. O momento que vivemos não é, infelizmente, de prosperidade, pelo que as políticas públicas (as municipais também) não podem seguir a mesma matriz da última década.

Mas, no essencial, as opções do Plano para 2012 são as do costume. Já lá não estão as várias piscinas e os diversos pavilhões gimnodesportivos que tantas ilusões criaram aos autarcas de algumas das nossas freguesias, mas viveremos 2012 à sombra do Parque da Cidade. Os investimentos nas redes de água e saneamento continuarão a ser ridículos (à espera que alguém os faça, acrescentando os custos à factura da água), continuará a não existir uma política de atracção do investimento, continuaremos alheios aos movimentos de promoção de novas iniciativas empresariais.

O Orçamento para 2012 já não será “o maior de sempre”, mas continuará inflacionado, como inflacionadas andaram as expectativas dos Famalicenses que, agora, percebem como o nosso comércio tradicional foi mal tratado, como o nosso centro urbano definha, como a falhada parceria público-privada só deu muita e má despesa, como após 3 (três) mandatos consecutivos da coligação continuam tantas freguesias sem água e sem saneamento.

Tendo criado o vício de gastar dinheiro mal gasto em feiras, festas e romarias, a coligação, já em fim de ciclo, resumirá o seu último mandato aos centros escolares que o Governo socialista promoveu e ao Parque da Cidade que o QREN pagará.

Mais quatro anos perdidos.

Sem uma política de ordenamento do território, sem uma ideia estruturada para a promoção do desenvolvimento, sem um projecto (grande ou pequeno) para Famalicão, a maioria continuará a navegar à vista, ignorando a realidade dramática que hoje rodeia muitas famílias Famalicenses.

E ignorando a forma como o concelho, seja na indústria, no comércio ou nos serviços, perde todos os dias a vitalidade económica que já lhe conhecemos e perde também capacidade para resistir à crise.

A coligação não sabe como lidar com esta realidade.

Por isso, as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2012 traduzem, no essencial, a convicção de que tudo está na mesma. E, portanto, as palavras e as opções são as do passado.

Os números também. Transitam do passado os erros do costume (alguns até já denunciados por auditores externos, o que significa que a coligação está refém dos seus próprios erros), como sejam a previsão exagerada da receita com a Venda de Bens de Investimento ou os Activos Financeiros. A previsão do crescimento (21%!) das receitas com a Venda de Bens e Prestação de Serviços ou foi contagiada pelo optimismo que afectou os exemplos anteriores, ou significa que teremos no próximo ano novos e expressivos aumentos na factura da água. No Investimento, tudo desce, com uma excepção: a despesa com Parques e Jardins, isto é, com o Parque da Cidade, como já referimos.

2012 vai ser assim: ainda mais sacrifícios para os Famalicenses, para continuarem as festas e romarias, e, como aposta (praticamente única) de investimento, o Parque da Cidade.

São opções. Não seriam as nossas, não são as nossas e, por isso, votamos contra a aprovação das Grandes Opções do Plano e do Orçamento para 2012.

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