27 de fevereiro de 2008

Mulheres vítimas de violência - JV

A coligação PSD/CDS vem propor à Câmara Municipal a venda, à Associação de Moradores das Lameiras, de um apartamento T3 situado no Complexo Habitacional das Lameiras, pelo valor de 32.005,00 €, para que a Associação possa “alargar a capacidade de resposta da Casa Abrigo” para “acolher as muitas crianças e mulheres vítimas de violência doméstica”.

O valor desta habitação, como o de outras, foi fixado por “deliberação da Câmara e da Assembleia Municipal, datadas de 06 e 29 de Setembro”, com base numa avaliação e tendo como fim a sua venda para habitação.

“Ora, considerando o indiscutível interesse público prestado pela Associação de Moradores das Lameiras, nesta, como noutras áreas da sua actuação” e “considerando que importa, no âmbito da prevenção da violência doméstica, minorar os seus efeitos e dar respostas eficazes e em tempo útil às vítimas (mulheres, crianças, idosos, etc.)” o que seria de esperar era que a coligação propusesse a cedência daquele apartamento, a título gratuito, para ser utilizado nos fins propostos.

Mas, não! A coligação quer vender. Pelo preço que fixou para venda para habitação e porque, certamente, os 32 mil euros são mais importantes para gastar em foguetes do que para facilitar o acolhimento condigno às vítimas da violência doméstica.

A mesma coligação que na reunião anterior da Câmara aprovou um subsídio para uma escola de dança no valor de 22.500 €, quer agora fazer negócio com uma associação de solidariedade social, sem fins lucrativos, que não pretende senão ajudar as vítimas de um problema social gravíssimo, mesmo sabendo que estas não têm, no nosso concelho, outra associação a quem possam recorrer!

Votamos, como é da mais elementar justiça e bom senso, contra a aprovação da proposta, depois de termos proposto, sem sucesso, a cedência da utilização do apartamento a título gratuito.

Enquanto a Associação de Moradores das Lameiras andar a procurar apoios para pagar à Câmara os 32.000 €, cruzar-se-á certamente com o Famafest, mesmo ali ao lado, a quem foram destinados 70.000 € para queimar numa semana de salas vazias.

É assim que a coligação governa o nosso Município: sem sensibilidade social, mas muito sensível às luzes da ribalta.

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26 de fevereiro de 2008

Desta vez, a Continental-Mabor!

A comunicação social concelhia revela que o presidente do Conselho de Administração da Continental-Mabor manifestou, por escrito na revista da empresa, o seu desagrado pela forma como a autarquia, a Câmara, ou melhor, a coligação PSD/CDS e o seu presidente, têm tratado os dossiers daquela empresa. "Um conjunto de críticas duras ao executivo autárquico liderado por Armindo Costa" refere a imprensa.

A coligação, já sabemos, não aprecia a Continental-Mabor.

Para além deste caso particular, tem demonstrado um total desprezo pelo que é, em geral, a actividade económica do concelho. Não foi capaz de captar investimento público, não foi capaz de captar investimento privado, não mostrou qualquer pingo de sensibilidade quanto ao grave problema do desemprego, não tomou outras medidas para além de descer o preço da água para a indústria e de faltar à promessa de acabar com a derrama.

Sobre o comportamento do presidente da Câmara e da coligação PSD/CDS com a Continental- Mabor já nos referimos aqui e aqui pelo que, nesta matéria, não podemos senão compreender a empresa.

Mas, conhecendo nós como todos conhecemos o cuidado que habitualmente é posto nas relações entre as empresas e o presidente da Câmara, a posição clara do presidente do Conselho de Administração só pode ser sinal de muito desagrado e talvez já de falta de paciência para suportar o tratamento que é dispensado à Continental-Mabor nos gabinetes da Câmara Municipal.


O presidente do Conselho de Administração da Continental-Mabor escreveu o que muitos outros empresários comentam: a arrogante indiferença (?) com que a coligação trata os empresários do concelho é estranha e constitui um estranhíssimo sinal, contra os interesses objectivos do Município.


Vila Nova de Famalicão precisa de empresas, empresários, empregos, criação e distribuição de valor.


A Continental-Mabor é uma grande empresa, com indiscutível importância na economia do País. Vários primeiros-ministros o reconheceram.


É ainda muito mais importante para a economia do Município.


Ao tratar uma das maiores empresas do concelho deste modo, o presidente da Câmara sabe que está a prejudicar os interesses do Município.


Em nome de quê?!


E, já agora, os deputados da coligação na Assembleia Municipal pensam todos como o presidente da Câmara? Ou é melhor assobiar para o lado?!

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14 de fevereiro de 2008

Mais, ainda mais, do mesmo!

Mais um FAMAFEST, igualzinho aos anteriores.

A despesa também igual: dois mil contos por dia!

A receita, nenhuma, que já ninguém se atreve a pedir dinheiro pela coisa!

Tentam explicar-nos que um festival de cinema é assim… Mudam os filmes… E que o seu director detém a marca e, portanto, quem quer o FAMAFEST tem de pagar ao director e ele fá-lo como entende, ou como sabe…

O FAMAFEST arrasta-se, dizemos nós, por mais dois anos - e este já está na conta.

O custo da edição deste ano deve ser somado ao da edição do próximo ano, ano de eleições, porque essa sim, preste ou não preste, fará falta ao candidato.

Em 2010 não haverá FAMAFEST.

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Quem não deve, não teme. E quem deve?

A nossa proposta de publicação de todos os relatórios de auditorias e acções inspectivas à Câmara não foi aprovada. A coligação votou contra a proposta.

A coligação enche a boca de rigor, de lições de democracia, de juras à transparência.

Mas votou contra, abrilhantando o seu voto com a exemplar declaração do presidente de que ele é que dirá o que deve ou não deve ser divulgado!

Está enganado, uma vez mais.

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1 de fevereiro de 2008

Sem vergonha

Os vereadores do Partido Socialista tomaram conhecimento, através da comunicação social, das declarações do presidente da Câmara Municipal a propósito da denúncia que o Partido Socialista fez à perseguição a que têm estado sujeitos alguns colaboradores da Autarquia.

Os vereadores do PS foram lamentavelmente insultados, ironicamente nas suas costas, pelo presidente da Câmara. Foi um insulto a despropósito e sem fundamento, indigno da posição pública que ocupa, que o devia envergonhar e que envergonha os Famalicenses.

Mas as declarações, apesar de insultuosas, não nos surpreendem: habituado a mandar e a ser obedecido, o presidente da Câmara convive mal com a independência e com a crítica, irritando-se com excessiva frequência e quebrando com muita facilidade o frágil verniz com que pretende escamotear o estilo conflituoso que cultiva quando se trata de lidar com quem tem uma opinião diferente da sua.

Os vereadores do PS, que, evidentemente, já se habituaram ao estilo, desvalorizam-no e carregam-no como um sacrifício adicional que têm de suportar para defenderem o que entendem serem os interesses dos Famalicenses. Seria impossível cumprirmos as nossas responsabilidades com independência e empenho se não fossemos capazes de relativizar muito do que o presidente afirma. O que ele diz nem sempre se escreve e a sua voz, frequentemente, não chega ao céu.

Apesar de, nestas declarações, ter deliberadamente ultrapassado os limites do combate político para recorrer ao insulto pessoal, os vereadores do PS percebem que o fez em desespero de causa. Confrontado quinzenalmente com a incompetência da maioria que lidera e que escolheu e com os problemas que ele próprio cria, o presidente não pretende senão desviar atenções e achincalhar publicamente os vereadores do PS procurando diminuir o trabalho que têm realizado na Câmara Municipal e que, está visto, o incomoda muito.

Continuará a incomodar. Mas sempre com elevação, com respeito pelo órgão autárquico que integram, pelos adversários políticos e pelos limites que a dignidade deve impor ao exercício da actividade política. Os vereadores do PS não estão, por isso, disponíveis para disputas públicas de insultos nem para baixar o nível da actividade política em Vila Nova de Famalicão.

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